"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector

5.10.08

Côndor

quando o amor aperta o peito
quando a mente não consegue acompanhar
quando a alma se sente presa
e você não tem para onde caminhar
tudo a sua volta
parece ser um mundo distante
o que era íntimo não te reconhece
e você ignora verdades inquestionáveis
quando a garganta dá um nó
e a estrada se divide em duas
quando o vento não venta
e a vida parece crua
quando te falta algo,
sem cara, sem forma, sem definição
você procura mas não sabe pelo quê
você indaga mas ninguém vai te responder
a dúvida paira sobre seus dias de glória
e o medo te sufoca nos de perdedor
no alto da colina tem um côndor
e nas altitudes tem um morcego voando
a liberdade se prende diante da contemplação
a vida termina onde já não se tem ambição
se tem asas, se tem céu, se tem infinito
sai voando, ganhe a grandiosidade
respire liberdade,
não viva em vão...

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