"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector

19.2.09

vOcê é mEu MeL
MeU CÉu
mEu Réu
MeU mAl
MeU CaoS
A onda do meu surf
A pedra do caminho
A chuva de verão
o sol do fim da tarde
horizonte colorido
ávido inimigo
sorriso a parte...
incongruência,
desinteligência
fascínio, obsessão
quadro torto na parede,
retratos espalhados
Palavras em minha direção...
é música soando irônica
Vitórias de madrugada fria
louvores, odes, entrega
Liberdade e imensidão...
você é meu MeL
meu CÉu
meu RÉU
meu mAl
meu CaoS!!!!

Gente diferente

a gente tem que ter cuidado ao lidar com gente
cuidado para não sofrer, para não magoar
cuidado para não deixar transparecer
o que era para se guardar
a gente tem que ter cuidado,
cuidado e muita atenção
tem gente de todo jeito,
tem gente sem coração
tem gente de muita emoção
cuidado, cuidado para não sofrer em vão...
de repente um antigo amor bate forte
de repente vem o ciúme traiçoeiro
mas aí você percebe que é tarde demais
então é só não ficar olhando para trás,
por isso eu digo: cuidado e muita atenção
não se deixe cair em tramas
não invente, não crie complicação
não compare, não iguale, não resvale
nada vale tanto assim...
a gente nessa vida tem que aprender a lidar com gente...
tem gente de todo tipo,
tem gente diferente em cada canto que você olhar!!!!

18.2.09

Meu Mel

Se todas as coisas fossem simples como você
a lua apareceria na hora certa
e o sol não teria preguiça em nascer...
Se todas as flores tivessem o seu cheiro
eu teria um jardim só para mim...
Se todo o abandono tivesse a sua dedicação
não existiria a solidão...
Se todos os corações tivessem alguém como você
ninguém conheceria o vazio...
Se todo amor fosse quente como o seu
todo inverno seria agradável...
Se a lua tivesse teu brilho
eu queria que todos os dias fossem noite...
Se todas as palavras tivessem a tua graça
viveríamos sorrindo...
Se o mel não tivesse o seu gosto
deconheceria o mel mais puro...

17.2.09

Estive doente

estive doente
minha doença física contaminou meus pensamentos
por um momento estive completamente doente
agora sinto algo estranho,
como alguém que foi ao inferno e voltou...
como se presume não voltei igual,
tenho uma marca,
conheci o outro lado de perto,
me queimei no fogo impiedoso ...
... e sozinha...
como se todos a minha volta não enxergassem a minha dor,
vaguei por precipícios
e senti medo, muito medo...
de repente já não sabia mais qual lado era melhor,
só não queria sentir mais dor,
dor do corpo, dor da mente...
eu fiz uma viagem,
dela não quero guardar recordações,
mas por ironia, as marcas sempre prevalecem...

não quero um amor, eu quero alguém

eu não quero nada
só te peço que me dê sua mão quando eu estiver com medo
que me mostre que não tem mostro nenhum...
eu não quero tanto assim de você,
eu só peço que me empreste sua força quando eu estiver fraca
que me dê uma palavra para que não desista
que fale comigo,
para eu não ficar no mesmo monólogo de sempre
eu só peço que você me entenda
que você sinta como eu funciono
eu só peço que você seja cúmplice da minha existência
eu não quero muito de você,
só quero que esteja ao meu lado,
quando eu sentir meu mundo balançar
quero que me sorria e diga que está tudo bem...
eu preciso confiar em algo, em alguém...
eu preciso que você me estenda a mão
e me tire do escuro,
destrua meus fantasmas e me tire da solidão...

16.2.09

sejamos livres,
libertemo-nos, livremo-nos
sejamos livres...
uma vaia para o convencional
o formal, o protocolo, a etiqueta
para os bons costumes, a moral, a ética
para a hipocrisia, o ideal, o correto
ponderemos só o que faz mal,
mas de resto:
sejamos livres e libertos...
me amaste como amaria qualquer outra
me quiseste como quereria qualquer uma
me deste um pouco menos do que poderia
se doaste muito aquém do que deveria
eu não quero!
amor assim faz mal,
esse amor segurado, regrado, regulado
egoísta foste!
esgoísta e sem coragem,
tiveste medo de ser feliz,
medo de se entregar,
medo de sofrer, de se machucar
não confiaste em mim, no meu amor...
a única coisa que me dá medo ...
... é o seu medo...
Do castelo que um dia construi
só sobraram os escombros empoeirados
Dos sonhos que um dia sonhei
só restaram lembranças distantes
De todo amor que um dia senti
hoje parece que nada vivi, que nada sofri
a sua imagem para mim
não é mais que uma sombra distorcida
uma invenção que criei
e que só agora entendi...
... que é só uma invenção
o coração afoito quis amar
sem olhar a quem
se enganou, levou uma queda
e aprendeu a tomar cuidado,
você não é mais que uma sombra distorcida!

5.2.09

a espera

veio como vento
foi-se como ventania...
chegou como chuva fina
e depois desabou-se em tempestade...
enganaste-me com a brandura do começo
fingiste ser quem não era
seduziste-me com sua calmaria
me apresentaste um mundo que não conhecia
deslumbrou-me com seu jeito mentiroso de ser
e agora?
enquanto todos passam por aqui
eu pareço ser a única que se encontra parada...
estática, esperando não sei pelo quê...!!!