Eu caminho pelas ruas,
Vendo corpos contaminados,
Invadidos, ameaçados, dilacerados
Identifico em cada rosto uma dor
Não há qualquer corpo sem odor...
Eu caminho pelas ruas
Onde bactérias ambulantes
Tentam resistir, subsistir
Torcendo para que sua doença não o leve à morte
Lutando em vão, à própria sorte
A chagas invade o coração,
O câncer come a carne
Os fungos esquecem que você está vivo
E te habitam, povoam teu corpo
Moram em teus póros
Há mais doenças que seres humanos,
Há mais medo que dias de vida
Vitorioso é o que consegue envelhecer
Aquele que não é pego no meio do caminho,
Que não vê a rasteira da dor
Que não sente a morte te sorrindo
Há mais doença que esperança
Há mais doença que futuro
Teu corpo é mortal
Tua dor infernal
Teu corpo é perecível
Tua perda irreversível
E para morrer
Basta mesmo estar vivo!
12.11.09
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