"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector

8.11.08

Desconstruindo

As palavras já não existem
Tudo que existia já se perdeu
O tempo corre contra mim
A estrada é desconhecida
O caminho de volta eu não sei
Estou num beco sem saída
Voltar eu já nem quero mais
Nessa poeira escondo meus sonhos
Escondo-os de mim mesma
A vida é um sonho
Enquanto viver é utopia
Tropeço em sentimentos
Digo que está tudo bem
Enquanto me desabo num desabafo
Corro do mofo da minha alma
Grito a dor que corrói sem piedade
Vivo o que deveria esquecer
Lembranças na lembrança
Me apego à mentira
Como se verdade fosse
Aos pedaços
Corro pro abraço do destino
Entre incertezas e evidências
Me conformo com o nada
O vazio preenche minha alma
A insipidez é o único sabor
Árido é solo do meu coração
Palavras já não resolvem
Grande vida,
Pequeno existir!

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